A Marca de Atena (Rick Riordan)

Atenção, esta resenha trata sobre os acontecimentos do terceiro livro da série Os Heróis do Olimpo e pode haver spoilers dos livros anteriores. Para saber o que eu achei dos outros livros veja os links no final desta resenha.

a marca de atena

A profecia fornecida por Rachel no último livro da primeira saga do Percy Jackson guiou todas as ações dos semideuses nos dois primeiros livros desta série. Desde o início eles eram sete, mas estavam divididos entre as contrapartes gregas e romanas, vivendo aventuras que de certa forma eram apenas o aperitivo, a preparação para tudo que teriam que enfrentar depois, todos juntos. Em A Marca de Atena, o programa de intercâmbio planejado por Hera/Juno atinge um novo nível, é chegada a hora de reunir velhos conhecidos e estabelecer novas alianças. Os sete semideuses aos quais a profecia faz referência finalmente estão juntos e prontos para cumprirem seus destinos. Mas, antes da aventura final é preciso fazer um pequeno desvio. Porque uma antiga profecia vem à tona e os semideuses percebem que solucionar essa profecia pode ser o caminho necessário para conseguirem levar a cabo sua missão. E fazendo jus ao título do livro e à personagem principal dessa profecia, era de se esperar que Annabeth ganhasse um maior destaque, para alegria daqueles que sempre tiveram a filha de Atena entre o rol dos seus personagens favoritos.

“A filha da sabedoria caminha solitária

A Marca de Atena por toda a Roma é incendiária

Gêmeos ceifaram do anjo a vida

Que detém a chave para a morte infinita

A ruína dos gigantes se apresenta dourada e pálida

Conquistada por meio da dor de uma prisão tecida. ”

“- Há uma lenda antiga que os pretores do Acampamento Júpiter transmitem através dos séculos. Se for verdadeira, pode explicar porque nossos grupos nunca foram capazes de trabalhar juntos. Pode ser a causa de nossa animosidade. Até que essa questão antiga finalmente seja resolvida, assim diz a lenda, romanos e gregos nunca viverão em paz. E a lenda está centrada em Atena…” página 40.

Desde o segundo volume da saga já sabíamos que o mundo dos deuses estava cada vez mais próximo de sua destruição e que apenas uma união entre os semideuses gregos e romanos poderia trazer alguma esperança para a batalha que se aproxima. E essa união, mesmo que forçada, sempre foi o objetivo final de Hera/Juno que escolheu Jason e Percy como seus arautos. E de certa forma seu plano teve sucesso, pelo menos no que diz respeito aos garotos, Jason se adaptou muito bem ao Acampamento Meio Sangue e Percy até mesmo virou um dos pretores do Acampamento Júpiter. E quando o grupo se reúne, os sete semideuses podem não se tornar os melhores amigos logo de cara, mas há uma união latente entre eles. É realmente uma pena que em se tratando dos outros semideuses isso parece ser quase impossível de ser alcançado. E com a interferência cada vez mais forte de Gaia, dispor gregos e romanos em campos opostos está se tornando uma tarefa cada vez mais fácil…

O interessante é que até a escolha dos interlocutores em A Marca de Atena parece enfatizar isso, ou pelo menos eu fiquei com a impressão de que esse foi objetivo, mas pode ter sido apenas coincidência também. Mesmo com todos os sete semideuses juntos, nem todos tem voz e a escolha dos pontos de vista não parece ter sido casual. Todas as aventuras são narradas do ponto de vista dos semideuses gregos. Ainda que Jason, Hazel e Frank tenham papel primordial nessa aventura, é o lado grego com Annabeth, Percy, Leo e Piper que nos é mostrado. Talvez para enfatizar o fato de que os romanos tenham sido os principais causadores dessa disputa que dura até hoje? Talvez por causa da profecia envolvendo Atena, que sempre culpou os romanos por rebaixarem-na a um pequeno papel? Ou é uma simples preferência do tio Rick? Não sei. O que importa é que a carapuça serve de qualquer forma. Se foi algo premeditado foi uma boa sacada, pois já começamos a acompanhar essa aventura totalmente levados a apoiar a causa de Atena e Annabeth e com um certo rancor pelo que os romanos fizeram com a deusa da sabedoria, que está mais perdida do que nunca. Por outro lado, se foi mera preferência, também não tenho do que reclamar. Annabeth e Percy são velhos conhecidos, já caíram nas boas graças dos leitores há muito mais tempo que os semideuses romanos. Quanto aos outros dois, me abstenho de algo mais relacionado à Piper, mas não posso negar que o doido do Leo é daqueles personagens que te cativam desde o início e gostei de ter mais dele nesse livro.

Talvez entre todos os livros da série, A Marca de Atena seja o que tem a narrativa mais frenética. A história já começa com balas, fogos e perseguições e segue sem parada para tomar fôlego até o seu desfecho, que não poderia ter sido mais trágico. Sem dúvidas, um dos melhores livros da série e o meu favorito até o momento. Afinal, é nele que Percy e Annabeth finalmente se encontram, que os semideuses partem para o destino final da profecia e Leo cresce muito como personagem. Quem diria que o garoto franzino que começara a aventura botando os planos a perder (não que tenha sido por sua própria vontade), poderia crescer tanto em importância, render momentos emocionantes, demonstrar todo seu potencial como inventor e talvez se tornar peça fundamental na próxima etapa dessa missão? Não vejo a hora de continuar acompanhando as aventuras desses semideuses.

Conheça a série Os Heróis do Olimpo:

1. O Herói Perdido [Skoob][Goodreads][Resenha Mari][Resenha Núbia]
2. O Filho de Netuno [Skoob][Goodreads][Resenha]
3. A Marca de Atena [Skoob][Goodreads]
4. A Casa de Hades [Skoob][Goodreads]
5. The Blood of Olympus – lançamento previsto para outubro de 2014 [Skoob][Goodreads]

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