Sangue dos Deuses – Conn Iggulden

Atenção! Esta resenha trata do quinto livro da série O Imperador de Conn Iggulden e pode trazer spoilers do enredo dos livros anteriores. Para ler a resenha dos livros anteriores, clique: Os Portões de Roma, A Morte dos Reis, Campo de Espadas e Os Deuses da Guerra.

 

Sangue dos Deuses

Júlio César foi morto. Este deve ser um dos momentos mais conhecidos da história, e sua fala a seu melhor amigo “Até tu, Brutus?” é famosa. O assassinato de um dos maiores líderes de Roma, liderado por seu melhor amigo foi retratado de diversas maneiras diferentes ao longo da história. E agora, Conn Iggulden retoma sua série para contar o que aconteceu aos homens por trás do crime.

“Neste dia, nos Idos de Março, Roma foi libertada de um opressor. Que a notícia voe daqui para todas as nações. César está morto e a República foi restaurada. Que as sombras de nossos pais se regozijem. César está morto e Roma está livre”.

Os homens responsáveis pelo assassinato acreditavam estar agindo em nome do bem de Roma. Eles tinham receio de Júlio, que já era cultuado como um deus por seu povo. O Senado acreditava que Júlio os desconsiderava, e achava seu poder desnecessário. Aos olhos dos senadores, seu assassinato não seria um crime brutal, mas a libertação da nação de um tirano. O fato de eles estarem perdendo o poder com certeza entrou na equação, pois eles viam que a República não poderia ficar na mão de apenas um homem que não levava em consideração o que os senadores falavam.

Otaviano estava na Grécia quando fica sabendo do ocorrido e corre de volta a Roma, a tempo de descobrir que foi nomeado herdeiro e filho de Júlio. Com isso, ele recebeu uma fortuna incrível, e mais poder político do que imaginava. Já Marco Antônio era cônsul de Roma na época, e tentou agradar aos assassinos isentando-os de seu crime, com medo de ser morto. Otaviano adota o nome de Caio Júlio César e vira cônsul de Roma após o fim do mandato de Marco Antônio. Os dois estavam enojados com a traição e queriam punir os culpados, o que eventualmente faz com que se unam e criem o Segundo Triunvirato, sendo Lépido (o responsável pela Gália na época) o terceiro homem. Sabendo que os triúnvares irão atrás deles, Brutus e Cássio, os principais homens por trás da morte de Júlio, juntam seus homens e se preparam para a batalha inevitável contra Marco Antônio e Júlio César (Otaviano).

O objetivo de Conn Iggulden com esta história era contar o que aconteceu depois da morte de Júlio, com foco especial no destino dos assassinos, e em Otaviano, que prepararia Roma para seu primeiro imperador Inicialmente, a série tinha apenas quatro livros, e alguns dos acontecimentos deste livro são mencionados na Nota Histórica no fim do último livro, escrito sete anos antes. Eu lembro quando estava na Bienal do Livro, em 2008, e ele disse que lançaria o quinto livro desta série, o público delirou ao saber que teria uma continuação! E de fato, embora a série seja finalizada no quarto livro, com a morte de Júlio, o leitor precisa deste quinto livro para se sentir finalmente vingado.

Eu sou tendenciosa, adoro romances históricos, então falar que adorei ler este livro é fácil para mim. São poucos os autores que conseguem pegar acontecimentos espalhados pela história e transformá-los em uma narrativa. Neste caso, seguimos sempre personagens que existiram de verdade, e tirando a frase famosa de Júlio, é impossível saber se de fato as descrições foram precisas, especialmente os diálogos. O que me deixa fissurada nesse gênero é que, por mais que seja ficção, os autores conseguem nos fazer acreditar que pode ter sido assim. Ter uma forma de visualizar como talvez fosse a vida no passado me empolga. A série “O Imperador” é, sem dúvida, uma das mais conhecidas por fãs de ficção histórica, e o seu novo volume faz jus à história. Leitura obrigatória.

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