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O Planeta dos Macacos (Pierre Boulle)

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Desde que o romance de Pierre Boulle foi publicado, em 1963, já contava com certa notoriedade no mundo literário. Uma notoriedade que só aumentou desde o lançamento da primeira adaptação do livro para o cinema em 1968. Depois disso, várias adaptações e continuações foram produzidas. Algumas mais próximas à trama original e outras bem distantes da trama criada por Boulle. Com o reboot da franquia e o lançamento de Planeta dos Macacos: A Origem em 2011, o interesse sobre a obra de Boulle reacendeu. E a editora Aleph, muito sabiamente em 2015, resgatou essa obra icônica da ficção científica, com uma edição que também conta com uma entrevista concedida por Boulle em 1972, um ensaio jornalístico sobre a vida do autor, além de um posfácio escrito pelo pesquisador de ficção científica Braulio Tavares.

A história de Boulle nos é entregue encapsulada. É um casal de cosmonautas em viagem turística pelo espaço que a encontra: uma garrafa contendo um manuscrito. Um documento contendo as memórias de Ulysse Mérou, um jornalista que um dia decidiu se aventurar em uma viagem espacial, na companhia de mais dois cosmonautas, em direção à estrela Betelgeuse na Constelação de Órion. Continuar lendo

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Star Wars: Marcas da Guerra (Chuck Wendig)

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“- Esta não é uma história inspiradora qualquer. Não é mais um conto de um azarão, pobre coitado e pé-rapado, uma luta pugilista onde nós somos o gladiador de bom coração que derruba o regime opressor que o colocou na arena. Eles ficaram com essa narrativa. Nós somos aqueles que escravizaram mundos inteiros, repletos de habitantes alienígenas. Nós somos aqueles que construíram algo chamado de Estrela da Morte sob a liderança de um velho goblin decrépito que acreditava no “lado sombrio” de uma antiga religião maluca qualquer. ” (Página 176)

Até bem pouco tempo atrás meu contato com o universo de Star Wars restringia-se aos filmes. Como fã da franquia desde que me entendo por gente, sabia que o Universo Expandido de Star Wars tinha bastante coisa, mas nunca tinha ido atrás, salvo a primeira temporada da série de animação Star Wars: The Clone Wars que acabei nem continuando a ver. Com a notícia da produção dos novos filmes pela Disney, o auê em torno da história principal e seu universo expandido reacendeu-se. Foram lançados hq’s (já conferi algumas) e a Editora Aleph começou uma publicação massiva de obras literárias desse universo (e não tô reclamando não, pode mandar mais Aleph!). Tanto as antigas (anteriores à 2014), que agora são conhecidas como Legends e que não fazem parte do cânone estabelecido em 2014, quanto as obras mais recentes e que trazem os conceitos a serem explorados em filmes, livros, games…. Dentre esses, Star Wars – Marcas da Guerra, primeiro volume da trilogia Aftermath, de Chuck Wendig chega para preparar o terreno para o que começou a ser explorado no episódio VII dos filmes. Mas, não vá com muita sede ao pote, achando que ele contém maiores detalhes sobre o que você viu em Star Wars: O Despertar da Força. O que é explorado aqui é muito mais antigo…

A trama de Wendig se passa alguns meses após a Batalha de Endor que acarretou na destruição da Segunda Estrela da Morte, nas mortes de Darth Vader e Palpatine e no enfraquecimento das forças imperiais e início da restauração da Nova República. É claro que velhos conhecidos nossos não são esquecidos, mas desta vez, eles cedem espaço para personagens secundários dos filmes brilharem. Almirante Ackbar, o Líder Vermelho Capitão Wedge Antilles e a piloto Norra Wexley são os protagonistas que representam a antiga resistência. Do outro lado temos a almirante Rae Sloane e alguns figurões das forças imperiais. Além deles, outros personagens ganham destaque na trama: Jas Emari, uma caçadora de recompensas; Sinjir, um antigo agente imperial; Temmin, o filho que Norra deixou para trás, na Orla Exterior, para se juntar às forças rebeldes; e, não posso esquecer do Senhor Ossudo, um droide esquisitão, mas cativante. Continuar lendo

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Um Autor de Quinta #29

Coluna inspirada no Uma Estante de Quinta da Mi Muller do Bibliophile. Pretendemos toda quinta-feira trazer informações, curiosidades e algumas dicas de leituras e afins sobre algum(a) autor(a).

Anthony Burgess

John Anthony Burgess Wilson nasceu em 25 de fevereiro de 1917 em Harpurhey no subúrbio de Manchester. Burgess ficou órfão de mãe ainda na infância.  Quando adolescente queria ser compositor, carreira que foi seguida de objeções por seus familiares por não terem dinheiro para isso, o que não o impediu de aprender a tocar piano de forma autodidata aos 14 anos e mais tarde tentasse ingressar no curso de música na Victoria University of Manchester. Ele foi recusado no curso de música devido às baixas notas em física. Burgess  graduou-se em língua inglesa e literatura, sem nunca deixar de lado a música tendo composto músicas regularmente ao longo de sua vida. Continuar lendo

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Laranja Mecânica (Anthony Burgess)

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A obra foi lançada em 1962 e rendeu umas das adaptações cinematográficas mais conhecidas da cultura pop em 1971 sob direção de Stanley Kubrick. Ganhou uma nova edição brasileira em 2004 pela Editora Aleph com tradução de Fábio Fernandes. Essa edição conta com um ótimo prefácio escrito pelo tradutor, trazendo as principais características dos textos de Burgess, suas obras e curiosidades sobre sua vida. A versão brasileira também conta com um glossário do linguajar utilizado por Alex e sua gangue, o nadsat. Mas, o tradutor avisa que há duas escolhas: ler o glossário antes de começar a história para compreender mais rápido a mecânica do texto ou ir direto para a história e experimentar a sensação de estranhamento imaginada pelo autor.

Mais que skorre segui o soviete de Burgess. Demorei para kopatar as slovos, mas quando nachinei foi horrorshow!

Entendeu a frase aí em cima? Essa foi só uma amostra da sensação de wtf que senti ao começar a leitura, sim eu decidi aproveitar a obra em seu original (e recomendo fortemente que façam isso também) e só fui me divertir com o dicionário depois de terminada a leitura. Como resultado no início a leitura seguiu aos trancos e barrancos, como à tudo que é muito novo e desconhecido demorei a me adaptar, mas depois que as palavras começaram a fazer sentido a leitura fluiu, que torno a repetir foi horrorshow. Mas, falando sobre o que é Laranja MecânicaContinuar lendo

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Um Autor de Quinta #9

Coluna inspirada no Uma Estante de Quinta da Mi Muller do Bibliophile. Pretendo toda quinta-feira trazer informações, curiosidades e algumas dicas (nada muito elaborado porque não sou especialista) de leituras e afins sobre algum(a) autor(a).

Ursula Le Guin

Ursula Kroeber Le Guin (Berkeley, 21 de Outubro de 1929) é uma escritora norte-americana. Seu pai era o eminente antropólogo Alfred L. Kroeber e a sua mãe era escritora e, também, antropóloga, Theodora Kracaw Kroeber Quinn. Desde pequena, foi educada num ambiente de interesse por mitos e lendas. O seu interesse pela literatura foi precoce: aos 11 anos de idade, enviou o seu primeiro conto para a revista Astounding Science Fiction, que foi recusado. A autora escreve poesia e prosa, incluindo ficção realística, ficção científica, fantasia, literatura infantil, livros YA, roteiros e ensaios. Seus primeiros trabalhos foram publicados em 1960 e, desde então suas obras exploram aspectos do taoísmo, anarquismo, etnografia, feminismo, psicologia e sociologia. Continuar lendo

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A Mão Esquerda da Escuridão (Ursula K Le Guin)

Em se tratando de ficção científica, meu ritmo de leitura sempre demora um pouco para engrenar. É todo um mundo novo para se conhecer, leis e filosofias para entender que é preciso ler, ruminar e algumas vezes até reler certos trechos até se acostumar com o estilo do autor. Com o livro da Le Guin não foi diferente, até entendermos (se é que entendemos) o funcionamento da federação galáctica Ekumen e a intricada biologia do genthenianos (que é de causar inveja ao Spock), a leitura vai devagar, mas depois da aclimatação nos envolvemos de tal forma com a missão de Genly Ai, o papel de Estraven na trama e a descoberta de um mundo completamente novo em Gethen que é impossível largar a leitura.

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