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A Feast for Crows – George R. R. Martin

*Atenção, este livro é o quarto da série As Crônicas de Gelo e Fogo e esta resenha pode conter spoilers dos livros anteriores. Quer saber o que nós achamos dos livros anteriores? No final da resenha disponibilizo os links.

A Feast for Crows

Com a maior parte dos combatentes da Guerra dos Cinco Reis fora do tabuleiro, George R. R. Martin nos mostra como ficaram as peças restantes. Temos olhos em boa parte dos Sete Reinos graças às personagens espalhadas pelo mapa. Os aspirantes ao Trono de Ferro tramam para vencer a guerra dos tronos, e a trama se complica.

O quarto livro da série “A Game of Thrones” “A Song of Ice and Fire” é, inicialmente, o mais fraco. Cheio de personagens novas, com as quais ainda não simpatizamos, e sem nossos já definidos favoritos, é complicado de ler. Afinal, o que nos importa o que acontece em Dorne frente a Daenerys e seus dragões? E por que ler sobre as Ilhas de Ferro quando queremos é Tyrion?? Sim, é difícil, mas é necessário. Inicialmente, o autor havia planejado um “Cinco anos depois…” entre o terceiro e o quarto livros (e o quinto livro seria o quarto). No entanto, ao escrever a história desse modo, ele se viu precisando descrever muitos flashbacks, ou com um prólogo de 200 páginas. Então pareceu lógico diluir isso ao longo do livro – o qual ficou então muito longo para ser publicado em apenas um volume. Continuar lendo

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O Festim dos Corvos (George R. R. Martin)

*Atenção, este livro é o quarto da série As Crônicas de Gelo e Fogo e esta resenha pode conter spoilers dos livros anteriores. Quer saber o que nós achamos dos livros anteriores? No final da resenha disponibilizo os links.

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“Os sonhos de lobo eram bons. Neles, ela era rápida e forte, perseguindo as presas com a alcateia atrás de si. Era o outro sonho que odiava, aquele em que tinha duas pernas em vez de quatro patas. Neste, andava sempre à procura da mãe, aos tropeções, por uma terra devastada repleta de lama, sangue e fogo.” página 434.

 

A conclusão do terceiro livro da série As Crônicas de Gelo e Fogo (A Tormenta de Espadas) até agora é o que possui um dos melhores finais. Soube dosar bem toda a carnificina característica das obras de Martin com o lado sobrenatural que começou a dar mostras de como pode tornar essa história ainda mais dramática. Foi daquelas conclusões de te deixar no afã doentio pela continuação. Ao escolher ceifar boa parte de seus personagens, Martin também encerra um ciclo e suscita dúvidas sobre os rumos que a história irá tomar. É de se esperar portanto que o leitor parta para a leitura do quarto livro da série com a expectativas lá em cima, o que infelizmente pode desapontar os mais afoitos.

Felizmente como já havia sido avisada de que este talvez fosse me desapontar um pouquinho, iniciei a leitura de O Festim dos Corvos com expectativas baixas e ciente de que o tamanho colossal do livro pudesse contribuir para que ela fosse ainda mais demorada. Ainda assim me surpreendi. Sabe o final eletrizante do livro antecessor? Suas consequências mais imediatas ficaram relegadas ao segundo plano. Só está presente por meio de dicas esparsas ao longo da leitura e nos permite um vislumbre apenas nos capítulos derradeiros. Isso porque Martin, prolixo que é, acabou prolongando-se demais na narrativa, o que o obrigou dividir um único livro em dois. Isso mesmo, O Festim dos Corvos e A Dança dos Dragões (livros quatro e cinco respectivamente) podem ser entendidos como uma obra única. Como Martin mesmo frisa na nota ao final do livro, ao se deparar com a enormidade do livro que tinha em mãos ele tinha duas alternativas: contar metade da história para todos os personagens, ou contar a história toda para metade deles e depois retomar a história para a outra metade; ele escolheu a segunda. Foi assim que O Festim dos Corvos acabou focando-se nos conluios, tramas e armações de Porto Real, na disputa pela Cadeira de Pedra do Mar dos Greyjoy, nas batalhas empreendidas pelos Lannister para manter seu poder e em alguns jovens lobos dispersos pelo reino e sedentos de vingança. Todos os outros acontecimentos: Muralha, Terras Livres, dragões, selvagens, corvos de três olhos, Senhor da Luz e etecetera ficam em suspenso, sendo retomados em A Dança dos Dragões. Continuar lendo

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Bruxos e Bruxas (James Patterson & Gabrielle Charbonnet)

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A sociedade agora é comandada pela Nova Ordem e seu Conselho dos Únicos. O Único no Comando, O Único que Julga… O Único que é O Único. Uma nova ordem política que acredita que todos os menores de 18 anos são naturalmente suspeitos de conspiração, principalmente se apresentarem dons inexplicáveis. Não é à toa que do dia para noite, adolescentes começaram a desaparecer, milhares de jovens, acusados de rebelião foram tirados de suas casas, presos e alguns executados.

Os irmãos Allgood – Whit e Wisty – também tiveram o mesmo destino. Na calada da noite, foram acusados de bruxaria e atirados na prisão. Whit o irmão mais velho é o jogador mais intimidante do time de futebol da escola no qual é quarterback, é considerado pelas garotas o cara mais lindo do mundo, mas é um destrambelhado fora dos campos. Wisty é a garota problemática. A garota respira problemas e coleciona detenções. Dois adolescentes aparentemente comuns (uma versão bem estereotipada dos adolescentes americanos), mas que após serem capturados se veem tendo que lidar com estranhos poderes e com uma profecia sobre dois jovens bruxos destinados a salvar o mundo das garras da Nova Ordem, uma profecia na qual os dois são protagonistas. Continuar lendo

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Um Autor de Quinta #43

Coluna inspirada no Uma Estante de Quinta  da Mi Muller do Bibliophile. Pretendemos toda quinta-feira trazer informações, curiosidades e algumas dicas de leituras e afins sobre algum(a) autor(a).

Liliana Bodoc

Liliana Bodoc nasceu em 21 de julho de 1958 em Santa Fé, Argentina. Filha de um militante comunista e “uma mulher da alta sociedade santafesina” como ela definiu sua mãe. Aos cinco anos mudou-se para Mendoza e atualmente, vive em El trapiche, uma pequena localidade serrana à 40 km da cidade de San Luis. Liliana é licenciada em Literatura Moderna pela Universidad Nacional de Cuyo e chegou a exercer a carreira docente, mas atualmente só se dedica a carreira de escritora.

Seu primeiro romance foi publicado em 2000, Los días del Venado (Os dias do Cervo) é o primeiro volume de uma trilogia fantástica (La Saga de los Confines) inspirada nas lendas indígenas latino-americanas. O livro foi premiado como melhor obra literária juvenil pela Fundación El Libr em 2001 e obteve menção especial no The White Ravens em 2002. Com êxito, ela seguiu publicando outros livros para jovens leitores e também se aventurou pelo teatro (destacando-se com as obras teatrais Adiós a las Puntillas, Doña Cata y la gitana e Por tantos) e pelos contos ilustrados para primeiros leitores. Continuar lendo

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Um Autor de Quinta #41

Coluna inspirada no Uma Estante de Quinta da Mi Muller do Bibliophile. Pretendemos toda quinta-feira trazer informações, curiosidades e algumas dicas de leituras e afins sobre algum(a) autor(a).

Cliff McNish

Cliff McNish nasceu em 24 de agosto de 1962 em Sunderland, Reino Unido. É autor de romances fantásticos dirigidos para o público infanto-juvenil e a característica principal de suas obras é o uso intensivo de imagens bizarras. As descrições de alguns personagens é tão surreal que chega a tornar a tarefa imaginativa um pouco cansativa.

McNish não tinha ambição de se tornar escritor. Sem ideias melhores de qual carreira seguir, acabou optando por estudar História na Universidade de York, curso este que abandonou após dois anos. Ele começou a escrever a pedido da filha Rachel que queria uma história de uma bruxa realmente desagradável. Foi assim que The Doomspell Trilogy (A Trilogia da Magia no Brasil) tomou forma e se tornou sucesso, já tendo sido publicada em 24 idiomas.

O autor adora trocar mensagens com seus leitores e os convida a deixar uma mensagem  ou deixar um comentário no livro de visitas  do seu site. Continuar lendo

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A Batalha do Apocalipse (Eduardo Spohr)

Tenho me surpreendido com os livros de ficção fantástica que tem sido publicados atualmente no Brasil. Sim, é uma incursão recente e o gênero não é muito difundido entre os escritores brasileiros, mas já tive a oportunidade de ler obras de fantasia de qualidade e que merecem ser conhecidas pelos que gostam do estilo. A Batalha do Apocalipse, referida por seus fãs como ABdA, com certeza está nesta lista. E a história de Spohr para conseguir publicar seu livro é o exemplo de uma batalha bem sucedida. Em 2007 o autor disponibilizou 70 cópias de seu livro no site Jovem Nerd, cópias estas que esgotaram em apenas 5 horas, logo mais exemplares foram disponibilizados e a obra caiu nas graças dos nerds de plantão e cerca de 4500 livros foram vendidos através do selo Nerdbooks criado por Spohr e seus amigos do site, isso em 2009. Finalmente em 2010 o livro foi publicado pela Editora Verus atingindo excelentes marcas de vendagem e já com várias reimpressões. E alçou voos maiores, ABdA já foi publicado em Portugal, na Holanda e na Alemanha. Fugindo das mitologias mais tradicionais, Spohr apostou nos anjos para criar seu romance catastrófico e o fez com bastante propriedade.

Há muito tempo o paraíso celeste foi palco de uma batalha sangrenta. Querubins leais à Yahweh se levantaram contra o Arcanjo Miguel e seus seguidores. Isso porque após o descanso divino, os arcanjos mandavam e desmandavam a bel-prazer, principalmente contra a criação divina de que tinham mais ciúme: a humanidade. Porém, os revoltosos foram derrotados, expulsos do céu e condenados a vagar pelo mundo dos homens até o fim dos tempos. Continuar lendo

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Um Autor de Quinta #9

Coluna inspirada no Uma Estante de Quinta da Mi Muller do Bibliophile. Pretendo toda quinta-feira trazer informações, curiosidades e algumas dicas (nada muito elaborado porque não sou especialista) de leituras e afins sobre algum(a) autor(a).

Ursula Le Guin

Ursula Kroeber Le Guin (Berkeley, 21 de Outubro de 1929) é uma escritora norte-americana. Seu pai era o eminente antropólogo Alfred L. Kroeber e a sua mãe era escritora e, também, antropóloga, Theodora Kracaw Kroeber Quinn. Desde pequena, foi educada num ambiente de interesse por mitos e lendas. O seu interesse pela literatura foi precoce: aos 11 anos de idade, enviou o seu primeiro conto para a revista Astounding Science Fiction, que foi recusado. A autora escreve poesia e prosa, incluindo ficção realística, ficção científica, fantasia, literatura infantil, livros YA, roteiros e ensaios. Seus primeiros trabalhos foram publicados em 1960 e, desde então suas obras exploram aspectos do taoísmo, anarquismo, etnografia, feminismo, psicologia e sociologia. Continuar lendo

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Um Autor de Quinta #1

Totalmente inspirada pelo Uma Estante de Quinta da Mi Muller do Bibliophile, pretendo toda quinta-feira trazer informações, curiosidades e algumas dicas (nada muito elaborado porque não sou especialista) de leituras e afins sobre algum(a) autor(a).

E para estreiar essa coluna nada melhor do que o JRR Tolkien. Quem nos acompanha, sabe que tanto eu quanto a Feanari somos fãs desse escritor, mas não foi só por isso que o escolhi. A principal razão é que por sermos fãs dele acabamos indo parar em um fórum de discussão sobre suas obras há muito tempo atrás, a Valinor, e acabamos nos esbarrando por lá por intermédio da minha saitorë, a Cei (Alinde). Mas, vamos parar com o saudosismo e falar dele que é a estrela desse post.

J.R.R. Tolkien

Sir John Ronald Reuel Tolkien, nasceu em 3 de janeiro de 1892 em Bloemfontein na Áfica do Sul, mas aos três anos mudou-se para a Inglaterra. Formado em letras, tornou-se filólogo e lecionou na Universidade de Oxford. Foi durante a Primeira Guerra (na qual lutou) que ele começou os primeiros rascunhos sobre aquele que se tornaria o mundo fantástico mais conhecido mundialmente. Com uma extensa lista de obras publicadas e com milhões de livros vendidos, o autor é conhecido como o pai da literatura fantástica. Continuar lendo

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O Segredo da Guerra (Estus Daheri)

Quando se fala em literatura fantástica, o que vem logo a mente são autores europeus ou americanos. É compreensível já que a tradição das obras de fantasia nestes povos é mais antiga, mas não é desculpa para achar e propagar que a literatura brasileira não tenha autores representando esse gênero. Ainda que essa incursão seja recente e que muitos autores “bebam” nas obras de grandes ícones como Tolkien e Le Guin, o que é de se esperar já que muitos dos escritores de fantasia da atualidade se inspiram e são fãs desses grandes autores. O fato é que tem obras fantásticas de qualidade sendo produzidas no Brasil e que merecem um pouco mais de atenção dos que adoram esse gênero da literatura. Hoje apresento-lhes um romance fantástico de qualidade escrito por um brasileiro. Seu nome é Thiago Tizzot e ele escreveu sob o pseudônimo de Estus Daheri o romance O Segredo da Guerra publicado pela editora Arte & Letra.

Thiago Tizzot é curitibano, autor, editor e um dos responsáveis pela editora Arte & Letra, além de grande fã de Tolkien contribuindo inclusive para que obras como As Cartas de J. R. R. Tolkien fossem publicadas no Brasil. Thiago é um grande apaixonado por literatura fantástica e um grande divulgador desse gênero. Para conhecer um pouco mais sobre o autor, leia a entrevista que a Anica fez para o blog Meia Palavra: 10 perguntas e Meia para Thiago Tizzot.

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Book Tour o Blablabla Acredita na Ideia!

Oi Galera,

quem acompanha o blog sabe que estamos participando de um projeto bem legal proposto pela Fabi da Editora Underworld: o Book Tour. Para saber mais sobre ele clique aqui. Essa ideia é muito legal porque permite que vários leitores de blogs literários tenham acesso às obras, que possam lê-las e escrever suas opiniões acerca dos livros.

É por apoiar e por acreditar nessa ideia, que hoje venho anunciar que o Blablabla Aleatório está participando de mais dois Book Tours, dessa vez direto com as autoras Luciane Rangel e Vivianne Fair que decidiram colocar um exemplar de seus livros para viajar por esse Brasil afora. Eis os livros que logo mais vocês poderão ler resenhas deles aqui no blog:

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