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Temporada de Acidentes (Moïra Fowley-Doyle)

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A Irlanda é conhecida por seu rico folclore e pela grande importância que a sorte (ou a falta dela) tem na vida das pessoas. Em seu livro de estreia, Moïra Fowley-Doyle utiliza de forma interessante todo esse arcabouço criando um romance imagético e leva as últimas consequências a importância da sorte. Afinal, por que trabalhar alguns eventos esporádicos de má sorte se você pode tornar azarado um mês inteiro? Por que não retroceder e instituir uma temporada inteira de azar que se repete ao longo dos anos?

“É a temporada de acidentes: acontece todos os anos na mesma época. Um período em que ossos quebrados, cortes e hematomas são frequentes. (…)

Resumindo: apertamos os cintos, pois sabemos que o pior está por vir. Nunca saímos de casa sem pelo menos três camadas de roupa. Temos medo da temporada de acidentes. Temos medo da facilidade com que os acidentes se transformam em tragédias. Já passamos por muitas. ”

(Página 15)

Desde que Cara se entende por gente, e antes disso, sua família se torna vulnerável a todo tipo de acidentes durante o mês de outubro. Este ano a temporada de acidentes segue cobrando dividendos dos Morris, mas desta vez será diferente. O passado será remexido, cicatrizes (e não somente as físicas) serão relembradas, haverá o prenúncio de uma grande tragédia, mas também sobrará espaço para a amizade e o amor. Continuar lendo

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O Leitor do Trem das 6h27 (Jean-Paul Didierlaurent)

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“Ao longo de todos esses anos, Guylain Vignolles vivera simplesmente não existindo, exceto aqui, nessa sinistra plataforma de estação de trem em que pisava todas as manhãs.

(…)

Ao longo dos anos, os outros passageiros acabaram demonstrando por ele esse tipo de respeito indulgente reservado aos malucos inofensivos. Guylain era um alento que, durante os vinte minutos, retirava-os por um tempo da monotonia dos dias. ” (Página 9)

Quando tive em mãos pela primeira vez O Leitor do Trem das 6h27 fiquei surpresa com o tamanho do livro do Didierlaurent. São apenas 175 páginas e um formato ligeiramente maior do que um livro de bolso. Uma incursão modesta em direção aos romances de um autor conhecido e premiado por seus contos. Modesta no tamanho e na simplicidade do texto, mas com um potencial bem grande para emocionar. Algumas pessoas conseguem extrair poesia do cotidiano, ao mesmo tempo que escancaram todas as mazelas que pouco a pouco consomem a vontade de viver. É assim, que Didierlaurent nos brinda com uma história tocante, uma mistura de um testemunho doloroso das ações aviltantes impingidas pelo trabalho do protagonista, com o alento concedido pelo ato de rebeldia que o transforma em salvador de palavras, em propagador de ideias, no leitor do trem das 6h27. Continuar lendo

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Depois de Você (Jojo Moyes)

Atenção, esta resenha trata dos acontecimentos ocorridos no segundo livro da duologia Como eu era antes de você e pode haver spoilers sobre fatos do primeiro livro. Para saber o que eu achei dele, confira os links no final desta resenha.

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Em Como eu era antes de você, Jojo criou uma história de amizade e amor tocante. Discutiu assuntos polêmicos, evidenciou as relações familiares (ou a falta delas) e semeou esperança, a despeito da tristeza. Ali, Will fez sua escolha e todos ao seu redor terão que conviver com isso pelo resto de suas vidas, e, apesar de todo o planejamento feito por Will para tornar a vida de todos melhor, não é bem assim que reencontramos algumas pessoas do seu convívio, especialmente Lou.

“- Você não me deu uma vida, deu? De jeito nenhum. Só acabou com a minha antiga. Desfez em pedacinhos. O que eu faço com o que sobrou? Quando é que vai parecer… – Abro os braços, sentindo na pele o ar fresco da noite, e percebo que estou chorando outra vez. ” (Página 13)

Lou Clark não mora mais na pacata Stortfold, incentivada por um dos desejos de Will para ela, tentou alçar voo e conhecer o mundo. Por um tempo fingiu que conseguiria, agora, ela vive, ou melhor dizendo sobrevive, em Londres. A relação dela com seus familiares está estremecida desde aquele fatídico dia 18 meses atrás. Seu apartamento não parece um lar. Lou perdeu algumas oportunidades, e agora, trabalha num bar em um aeroporto, vendo a vida passar, enquanto acompanha outras pessoas indo atrás de seus sonhos. Mas, às vezes, a vida apronta das suas, traz um monte de problemas, torna a situação um pouco mais difícil e nos obriga a reagir. Com Lou foi assim. Um acidente e uma visita fora de hora a fazem arriscar tudo. E talvez, seja este justamente o chacoalhão que ela precisava. Continuar lendo

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5ª Turnê Intrínseca ‖ Goiânia: #ParceirosDaTurnêIntrínseca

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Oi pessoal!

Depois de ter postado um convite para os leitores de Goiânia não deixarem de participar da 5° Turnê Intrínseca, venho compartilhar com vocês um pouco do que rolou por lá.

A 5° Turnê Intrínseca aportou em Goiânia no dia 02/04 (sábado) às 14h na Livraria Leitura do Goiânia Shopping. Vieram para cá a Carolyne e o Victor, da equipe de marketing da editora. Desta vez, tive a oportunidade (enquanto blogueira parceira) de ajudar o pessoal da editora na realização do evento (desde a distribuição das senhas até compartilhar minhas experiências de leituras). O Jeferson do canal Romeu e Julieta também foi um dos #ParceirosDaTurnêIntrínseca aqui em Goiânia. Foi uma experiência muito legal! Obrigada ao pessoal da editora pelo convite, tenho muito orgulho de ser parceira de uma editora que se preocupa tanto com os leitores. Muito amor por essa equipe que já há cinco anos dedica um tempo para visitar várias partes desse nosso Brasil e ajuda a divulgar e incentivar o amor pela leitura. ❤

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5ª Turnê Intrínseca ‖ Goiânia: Vamos Participar?

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Pelo quinto ano consecutivo, a equipe de marketing da Editora Intrínseca coloca o pé na estrada para divulgar e trocar ideias literárias por esse país afora. Este ano serão 20 cidades. A turnê deste ano teve início no dia 16 de março e já esteve presente em 12 cidades e neste final de semana, a equipe aporta aqui em Goiânia!

No sábado (02/04) às 14h tem Turnê Intrínseca na Livraria Leitura do Goiânia Shopping! Aos leitores da cidade, sugiro que não percam a oportunidade de conhecer mais sobre os lançamentos previstos para este ano, sobre os bastidores da editora, as adaptações cinematográficas, capas e projetos futuros. Além de conhecer outros viciados em leituras é claro. Uma tarde inteirinha dedicada aos livros.

Mas, atenção para as regrinhas:

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Página do evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/1714298495449598/

Local: Livraria Leitura, Piso 3 lj 321A, Goiânia Shopping,  Av. T. 10, 1300 – St. Bueno Goiânia, GO Brasil

Só lembrando que são só 250 senhas gente.  Ano passado o espaço estava lotado. Vamos lotá-lo novamente? Nos encontramos lá! 😀 #ParceirosDaTurnêIntrínseca

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Garota Exemplar (Gillian Flynn)

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Quando adaptam um livro para as telas e você demora muito para lê-lo, por mais que você tente evitar os spoilers, é inevitável, você sempre acaba descobrindo algum ponto crucial da trama. Foi assim com Garota Exemplar, o filme gerou todo um burburinho (potencializado pelo fato do papel do protagonista caber ao Ben Affleck, que também protagonizou uma cena que gerou um certo auê na interwebs) e não teve jeito, acabei descobrindo o principal plot twist da trama. Acho que foi isso que acabou fazendo eu protelar ainda mais a leitura do livro. Será que a trama de Flynn não perderia todo o seu encanto agora que eu já descobrira o futuro dos personagens? Foi assim, sem esperar muito da trama que iniciei a leitura e Flynn conseguiu me surpreender. Mesmo sabendo a reviravolta que a trama sofreria, a forma como Flynnn conta sua história foi surpreendente. E isso porque a beleza da sua trama não reside no fato de Amy Dunne estar viva ou não, ou Nick Dunne (seu marido) ser inocente ou não. O brilho da sua trama está nos próprios personagens e em como eles se relacionam ao longo da trama. Flynn trabalhou bem as nuances de seus personagens. Não há apenas mocinhos e apenas vilões, eles transitam nessa zona cinza que ora te faz acatar como mais verossímil um, ora outro e que joga muito bem com seus sentimentos. Cumplicidade, cinismo, um fascínio mórbido e incredulidade são alguns dos sentimentos bastante frequentes durante a leitura. Flynn soube manipulá-los e utilizá-los para nos prender à trama até a sua conclusão. Continuar lendo

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O Universo Numa Casca de Noz (Stephen Hawking)

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“Segundo um velho ditado, é melhor viajar com esperança do que chegar ao destino. A busca por descobertas estimula nossa criatividade em todos os campos, não apenas na ciência. Se chegássemos ao fim da linha, o espírito humano feneceria e morreria. Mas acho que nunca vamos ficar estagnados: devemos crescer em complexidade, quando não em profundidade, e seremos sempre o centro de um horizonte de possibilidades em expansão. ” (Página 8)

Que bom que o interesse nas obras do Hawking não feneceu após a vibe do filme A Teoria de Tudo ter passado. Melhor ainda, o interesse permaneceu e a editora Intrínseca manteve sua parcela de contribuição para isso ao trazer novas edições das obras mais emblemáticas (direcionadas ao público geral) do autor: Uma Breve História do Tempo e O Universo Numa Casca de Noz. Este último, publicado anos depois (em 2001) de Uma Breve História do Tempo, teve como inspiração o incrível sucesso de seu predecessor. Nele, Hawking continua a tarefa de escrever sobre as descobertas da física e da cosmologia, em uma viagem do extraordinariamente vasto como a representada pelas distâncias interestelares, ao extraordinariamente minúsculo como o comprimento de Planck.

Como comentei na resenha de Uma Breve História do Tempo, ainda que alguns capítulos fluam bem e sejam de fácil compreensão, alguns capítulos são bastante áridos e podem ser desencorajadores. Hawking estava ciente disso. Ele também sabia que a forma como estruturou o livro (linearmente) podia empacar leitores nos primeiros capítulos, impedindo-os de chegarem aos capítulos mais interessantes e didáticos do livro. Quando ele estava planejando O Universo Numa Casca de Noz ele pensou nisso e quis que este novo livro fosse muito mais acessível. Sua primeira decisão foi quanto à estrutura. O livro conta com sete capítulos e apenas os dois primeiros exigem uma linearidade na leitura, os demais podem ser lidos em qualquer ordem. Além disso, o livro conta com alguns adendos bastante interessantes, como ilustrações, infográficos e boxes contendo textos extras. Eu que reclamei tanto da falta de notas de rodapé em Uma Breve História do Tempo, me deparei com um material ricamente ilustrado que tornou a leitura muito mais clara e completa. Hawking realmente conseguiu escrever um livro de divulgação científica sobre física e cosmologia para leigos. Continuar lendo

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P.S.: Ainda Amo Você (Jenny Han)

Atenção, esta resenha trata dos acontecimentos ocorridos no segundo livro da duologia Para todos os garotos que já amei e pode haver spoilers sobre fatos do primeiro livro. Para saber o que eu achei dele, confira os links no final desta resenha.

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“…é difícil redefinir uma coisa que nunca teve definição clara. Éramos duas pessoas fingindo nos gostar, fingindo ser um casal, então o que somos agora? E como as coisas poderiam ter sido se tivéssemos começado a nos gostar sem o fingimento? Teríamos chegado a namorar? Acho que nunca vou saber. ” (Página 36)

Depois do final em suspenso de Para todos os garotos que já amei, é claro que parti para a leitura de P.S.: Ainda Amo Você com altas expectativas. Mas, elas eram tão altas, que a leitura deste segundo volume acabou sendo uma decepção. Os personagens criados por Han continuam carismáticos (alguns ainda mais, né Kitty) e a narrativa fluída, mas a trama dessa continuação não faz jus ao que foi narrado no primeiro livro.

Em P.S.: Ainda Amo Você reencontramos Lara Jean poucos dias após os confrontos que animaram o natal das irmãs Song. O relacionamento de Lara Jean e Peter era apenas um contrato, um fingimento, mas, no processo, Lara Jean acabou se apaixonando de verdade por Peter, e ao que parece, é correspondida. Agora eles precisam aprender como estar num relacionamento de verdade, precisam enfrentar seus passados (Genevieve, a ex-namorada e ex-amiga, continua firme e forte em seu intento) e, quando um garoto do passado se junta a essa história, os sentimentos de Lara Jean ficam um tanto quanto oscilantes… Continuar lendo

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Surpreendente! (Maurício Gomyde)

Capa - Surpreendente! - Maurício Gomyde

Duas coisas me fizeram querer ler Surpreendente! do Maurício Gomyde: cinema e a promessa de uma viagem amalucada (road trip?) em direção ao centro-oeste do Brasil, para ser mais específica, tendo como destino a cidadezinha histórica de Pirenópolis, no interior de Goiás. Eu não sei vocês, mas eu gosto muito de ler ficção que envolva temas que me interessam e lugares que conheço. Era a promessa de Gomyde, não consegui resistir.

Surpreendente! é o sexto romance do autor, o primeiro publicado pela Intrínseca, e a Mari já teve a oportunidade de ler e resenhar outra obra sua aqui no blog. Confira aqui.

Surpreendente! traz a história de Pedro Diniz, um jovem cineasta de 25 anos com um sonho: produzir o filme perfeito e ganhar o prêmio Cacau de Ouro, a maior premiação do cinema brasileiro. Enquanto isso, ele comanda o último cineclube da cidade de São Paulo, mediando debates sobre a sétima arte, ainda que o parco público presente – e na maior parte das vezes a falta dele – não colabore, e enquanto a dona do Café Cultural ainda permita que ele o faça. Trabalha em uma videolocadora na periferia da cidade, onde vive a semear o gosto pelos filmes fazendo promoções mirabolantes que na maioria das vezes envolve ele pagando do próprio bolso para que um freguês mais indeciso leve um clássico para casa. Além de ajudar eventualmente no restaurante do pai. Pedro também tem um passado trágico: aos 12 anos começou a apresentar problemas de visão, mas a perda gradual cessou milagrosamente quando ele tinha 19. Continuar lendo

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O Teorema Katherine (John Green)

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“Quando se trata de garotas (e, no caso de Colin, quase sempre se tratava), todo mundo tem seu tipo. O de Colin Singleton não é físico, mas linguístico: ele gosta de Katherines. E não de Katies, nem de Kats, nem Kitties, nem Cathys, nem Rynns, nem Trinas, nem Kays, nem Kates, nem – Deus o livre – Catherines. K-A-T-H-E-R-I-N-E.  Já teve dezenove namoradas. Todas chamadas Katherine. E todas elas – cada uma, individualmente falando – terminaram com ele. ” (Página 24)

Desde que se entende por gente, ou melhor dizendo, desde que passou a ter interesse amoroso por outras pessoas, Colin namora Katherines. Eventualmente, a Katherine sempre termina com ele. Sempre foi assim, e agora, Colin acaba de levar seu décimo nono pé na bunda. Ele também acabou de se formar no Ensino Médio, e tendo sido considerado uma criança prodígio desde a mais tenra idade, ele tem a impressão de que desperdiçou todo o seu potencial. Que poderia ter se transformado em um gênio, mas que agora será alcançado por todos, será apenas mais um.

Desiludido, Colin decide cair na estrada com seu carro, o Rabecão do Satã, na companhia do seu melhor amigo Hassam. Essa viagem acaba tendo uma parada não intencional em Gutshot, Tennessee. Ali, os garotos conhecem Lindsey e sua mãe, arrumam um emprego e Colin tem o seu tão sonhado momento eureca: criar uma fórmula capaz de prever o desfecho de todos namoros do mundo. Algo que ele espera, o coloque no rol dos gênios da humanidade, e que talvez o ajude a reconquistar sua 19° Katherine. É claro que são as Katherines que servem de inspiração e fundamento para que o seu teorema tome forma. E, ao longo da história, todos os seus relacionamentos são rememorados conforme Colin trabalha em seu projeto. Continuar lendo

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