Arquivo da tag: romance policial

Onde as Sombras se Deitam (Michael Ridpath)

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Após escrever os primeiros capítulos de O Senhor dos Anéis, Tolkien deixou a obra em banho-maria durante alguns meses enquanto ruminava sobre como fazer para continuar a história e ligá-la ao seu primeiro romance O Hobbit. Bem, não é segredo para ninguém que o Um Anel foi o elo encontrado por ele para unir as duas histórias e criar uma das melhores sagas de fantasia de todos os tempos (ah, me deixa enaltecer um dos meus autores favoritos) e é justamente sobre como ele chegou a essa solução que Ridpath repousa o arcabouço de seu romance policial. Ambientado na Ilha do Fogo e do Gelo, Onde as Sombras se Deitam é o primeiro romance de uma série que tem como protagonista o detetive islandês Magnús Ragnarsson. E Tolkien e sua mitologia foram escolhidos como cartão de visita para que por meio da mitologia, Ridpath nos apresentasse esse país rico em misticismo e lendas. Mas, é lá em Boston que essa história começa… Continuar lendo

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O Chamado do Anjo (Guillaume Musso)

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Em 2007, em um aeroporto em Montreal, Guillaume Musso acabou trocando por descuido seu celular com uma desconhecida. O evento poderia ter se restringido apenas ao incômodo de ter que providenciar a troca dos aparelhos, mas Musso percebeu ali um estopim que poderia render uma boa história. E é assim que começamos a enveredar pela trama de O Chamado do Anjo.

Madeline Greene é florista em Paris e estava em Nova Iorque em uma viagem romântica com o noivo. Jonathan Lempereur tem um pequeno restaurante em São Francisco e estava em NY apenas para buscar o filho para as férias de final do ano com a ex-mulher. Madeline e Jonathan nunca haviam se visto, mas no aeroporto lotado eles se esbarram, espalham suas coisas pelo chão e após uma breve discussão seguem o seu caminho. Talvez jamais se vissem novamente, mas ao recolherem seus pertences acabaram trocando os aparelhos celulares e quando perceberam a confusão já estavam distantes mais de dez mil quilômetros um do outro. Continuar lendo

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Sangue na Neve (Lisa Gardner)

Sangue na Neve

“Ele olhou para mim, e pude ver nos olhos dele que finalmente compreendeu como aquilo ia terminar. Talvez, como eu, ele tivesse passado os últimos dias imaginando que havia mesmo múltiplas camas no Inferno, e não importa o quão fundo você pense que caiu, sempre há um lugar mais profundo e escuro para onde ir.”

Sangue na Neve (Love You More) é o quinto livro da série sobre a detetive D.D. Warren, e sim pode soar como mimimi e pode ser repetitivo, mas realmente não consigo entender essa mania das editoras publicarem livros (principalmente os policiais) fora de ordem. A Novo Conceito já é mestre nisso, fez isso com os livros do Clive Cussler e fez isso com a série da Lisa Gardner também, aqui no Brasil a editora começou a publicar essa série pelo quarto livro (Viva Para Contar).

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Apelo às Trevas (Dennis Lehane)

Atenção, esta resenha trata dos acontecimentos do segundo livro da série dos detetives Kenzie & Gennaro e pode haver spoilers (evitados ao máximo) sobre fatos do livro anterior. Para saber o que eu achei do primeiro livro, confira os links no final desta resenha.

 apelo às trevas

Na segunda aventura do casal de detetives Patrick Kenzie e Angela Gennaro, Lehane deixa o cenário político e os conflitos sociais da primeira aventura para trás e resolve investir no lado pessoal de seus protagonistas, o que de certa forma também contribui para que os personagens coadjuvantes também ganhem mais espaço. Se dessa vez o jornalista Richie apenas faz aparições pontuais, Lehane mais do que nunca usa e abusa do estranho Bubba que nos cativa de um jeito mórbido e incongruente e dos policiais Devin e Oscar que sempre garantem ótimos diálogos. Mais do que nunca fica claro, que apesar do aparente formato “caso da vez”, seus romances são mais que isso, e não só pela intensa relação entre Patrick e Angie que cada vez fica mais intensa, como também pela importância do histórico dos personagens no desvendar dos crimes. Se em Um Drink Antes da Guerra eles acabaram na linha de fogo por escolha própria, aqui eles já eram alvo (principalmente Patrick) por ações há muito esquecidas. Continuar lendo

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Death Comes to Pemberley (P. D. James)

Alguns anos depois do fim de Orgulho e Preconceito, reencontramos um dos casais mais adorados da literatura: Elizabeth e Fitzwilliam Darcy. A vida dos dois é, em uma palavra, perfeita: eles tiveram dois meninos (Fitzwilliam e Charles), moram perto das pessoas que eles mais adoram (Jane e Charles Bingley) e são ricos.

Na véspera de uma das festas mais esperadas do ano, dada em homenagem à mãe de Darcy, Lady Anne, a tragédia cruza a fronteira da propriedade do casal: junto da visita inesperada de Lydia Wickham, ouvem-se tiros na floresta e um corpo é encontrado. Com isso, a vida de Lizzy e Darcy vira de ponta-cabeça com a visita da polícia, e o tribunal – ninguém acha que algum dos dois está envolvido, mas ainda assim, tudo aconteceu no quintal deles!

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Um Drink Antes da Guerra (Dennis Lehane)

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Um Drink Antes da Guerra foi publicado em 1994 e marca a estreia de Lehane na ficção policial. É neste romance que também somos apresentados à dupla de detetives que protagonizam muitos dos livros publicados pelo autor: Patrick Kenzie e Angela Gennaro. Confesso que a dupla não me era desconhecida, há muito tempo já havia lido Gone, Baby, Gone e naquela época já havia sido cativada pela narrativa sombria e ácida de Lehane e por seus personagens.

“Pessoas morreram no verão passado. Quase todas inocentes. Algumas mais culpadas que outras.
E pessoas mataram no verão passado. Nenhuma delas era inocente. Sei disso; fui uma delas. Por trás do cano de um revólver, mergulhei o olhar em olhos dominados pelo medo e pelo ódio, e neles vi meu reflexo. Apertei o gatilho para fazer com que desaparecesse.
Ouvi o eco de meus tiros, senti o cheiro de explosivos e, na fumaça, continuei a ver meu reflexo, e me dei conta de que sempre haveria de vê-lo.”

Os clientes da vez são três homens com bastante influência no jogo político da cidade de Boston: os senadores Sterling Mulkern e Brian Paulson e o deputado Jim Vurnan. O trabalho? Recuperar documentos comprometedores que podem afetar um projeto de lei polêmico na próxima semana. Esses documentos foram roubados por Jenna Angeline, faxineira dos gabinetes de Mulkern e Paulson, que está desaparecida há nove dias. Só que quando Patrick encontra Jenna, descobre que há muito mais nessa história do que os políticos deixaram entender. E depois disso, a tarefa de encontrar Jenna e avisar os políticos toma um rumo completamente inesperado, principalmente quando as informações colhidas por Jenna a transformam em vítima e colocam Kenzie no fogo cruzado de gangues de rua. Continuar lendo

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Um Autor de Quinta #51

Coluna inspirada no Uma Estante de Quinta da Mi Muller do Bibliophile. Pretendemos toda quinta-feira trazer informações, curiosidades e algumas dicas de leituras e afins sobre algum(a) autor(a).

Chris Mooney

Mooney nasceu e cresceu em Lynn, Massachusetts. O autor cursou a Universidade de New Hampshire em Durham. Depois da graduação, ele trabalhou em vários empregos antes de começar a escrever seu primeiro romance. Chris também cursou o programa de mestrado em escrita na Northeastern University de Boston. Seu primeiro livro, Deviant Ways, foi seguido por World Without End e Remembering Sarah, este último foi indicado para os prêmios Barry e Edgar. Chris dá cursos sobre escrita na Escola de Extensão da Harvard e vive em Boston com a esposa e o filho. Seus livros já foram traduzidos para mais de vinte idiomas e o autor está trabalhando nos próximos livros das séries Darby McCormick e Malcolm Fletcher. Continuar lendo

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Um Autor de Quinta #39

Coluna inspirada no Uma Estante de Quinta da Mi Muller do Bibliophile. Pretendemos toda quinta-feira trazer informações, curiosidades e algumas dicas de leituras e afins sobre algum(a) autor(a).

Dennis Lehane

Dennis Lehane nasceu e foi criado em Dorchester, uma cidade na vizinhança de Boston (EUA) e continua a morar nos arredores da grande metrópole. Lehane é graduado pelo Boston College High School, Eckerd College (onde descobriu a paixão pela escrita) e participou do programa de escrita criativa da Florida International University. Antes de tornar-se escritor em tempo integral, Lehane trabalhou como conselheiro de crianças com deficiência mental e que sofreram abusos, garçom, manobrista, condutor de limusines, carregador de carretas e livreiro.

O autor escreve novelas policiais e as principais características de suas obras são o ar lúgubre e a forte carga psicológica de suas histórias, sendo por isso considerado um dos representantes do gênero noir na literatura. No Brasil, os livros do autor são publicados pela editora Companhia das Letras. Continuar lendo

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Fetiche (Carina Luft)

Carina Luft, natural de Montenegro – RS e egressa da oficina literária de Charles Kiefer, escolheu a podofilia (fetiche por pés) como ponto de partida para se enveredar pelo mundo do romance policial. A novela, publicada em 2010 pela editora Dublinense, tem como cenário a pequena cidade ficcional de Adenauer no interior do Rio Grande do Sul, que está abalada por uma série de crimes. Jovens aspirantes à modelo começam a aparecer mortas e seus pés, arrancados dos corpos são levados como troféus. Cabe ao já calejado delegado Weber e ao jovem investigador Nestor a tarefa de descobrir e prender esse assassino psicopata.

Diferentemente do formato ao qual estamos acostumados em se tratando de literatura policial, em Fetiche, Carina escolheu entregar os assassinos (pelo menos parcialmente) logo de cara. Retira do leitor a atividade de tentar descobrir o assassino antes da conclusão da história, para investir no ato investigativo em si. Na rotina da DP em juntar as provas, retirar algum sentido delas, entender a mente do assassino e assim o capturarem. Continuar lendo

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Flávia de Luce e o Teatro de Marionetes (Alan Bradley)

Esta resenha trata sobre os acontecimentos do segundo livro da série Flávia de Luce. Para saber o que eu achei do primeiro livro, clique aqui. 

“Como era excitante pensar que, muito depois de o mundo ter terminado, tudo o que restasse de nossos corpos seria transformado em uma deslumbrante nevasca de poeira de diamante, soprada rumo à eternidade sob a luz vermelha de um sol moribundo.”

O que mais me surpreendeu na protagonista criada por Bradley foi seu pensamento afiado e sua grande paixão pela química. Flávia de Luce como quem não quer nada mostrou que seu poder de dedução não deixa nada a dever aos outros grandes detetetives e que com um punhado de intrepidez e falta de limites é impossível não descobrir as mentes por trás dos crimes. Já estava com saudades da pequena detetive-cientista e no segundo volume da série, Bradley mostra que sua heroína veio para ficar e nos deixa com ansiedade esperando por suas próximas aventuras.

Rupert Porson é um exímio fabricante e apresentador de marionetes, de muito sucesso em toda Inglaterra. Por aquelas coincidências do destino (será mesmo?) ele acaba indo parar em Bishop’s Lacey na companhia de sua assistente Nialla e uma van quebrada em frente ao pátio paroquial. Com o carro quebrado impedindo o prosseguimento da viagem, o vigário sugere que Rupert faça duas apresentações no Salão Paroquial e a Flávia coube o papel de cicerone da dupla. É assim que a garota começa a elaborar suas suposições, primeiro sobre o relacionamento de Rupert e Nialla, depois sobre o lado profissional de Rupert que acabou indo parar em Bishop’s Lacey porque brigou com seu produtor da BBC e acaba descobrindo uma intricada rede de relacionamentos envolvendo o artista.

Em Flávia de Luce e o Teatro de Marionetes, Bradley demora um pouco mais para entregar qual o mistério da vez, diferentemente da primeira aventura de Flávia o assassinato não ocorre logo nos primeiros capítulos e só depois nos são dadas as pistas. Neste segundo volume, as pistas são fornecidas desde o primeiro capítulo, o caso fez-se caso antes mesmo de existir e Flávia precisa retroceder nos eventos para decifrar a história por trás dessa nova tragédia. Continuar lendo

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